Por que a educação financeira se tornou uma matéria escolar, e qual o impacto dela na sociedade brasileira?
Educação financeira a partir de 2020 se tornará uma matéria obrigatória no currículos dos alunos do ensino infantil e fundamental.
O principal argumento para a criação dessa nova diretriz é a carência de educação financeira dos brasileiros, e um dos objetivos é diminuir o número de inadimplentes, que chega a 63 milhões atualmente.
Assim como estudar as matérias da escola é importante para o futuro deles, aprender a administrar o patrimônio, também.
Devo investir? Onde? Em que?
Finanças, juros, fundos de investimento e etc. são assuntos que assombram muitos brasileiros devido ao medo de perder seu patrimônio em investimento errados. É claro que estão certos em se preocuparem com investimentos ruins, mas, por falta de conhecimento, acabam se endividando.
De acordo com a última edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), de 2015, o Brasil ficou em último lugar no desempenho em competências financeiras entre os 15 países analisados, e nenhum estado da nossa querida nação ficou acima da média, que foi de 489 pontos.
Os resultados da última edição do PISA, realizada ano passado (2018), serão liberados em dezembro deste ano (2019).
No gráfico acima, os números à esquerda em vermelho são a porcentagem de alunos com baixa performance; em azul, os alunos com alta performance. A média (OECD) foi de 489 pontos.
Ou seja, podemos afirmar com certeza que educação financeira definitivamente não é o forte do brasileiro.
Essa disciplina chegou para mudar isso.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), educação financeira deverá ser ensinada nas escolas públicas e particulares de maneira transversal, o que significa que será incluída nos conteúdos de todas as matérias, principalmente em matemática e nas Ciências da Natureza (biologia, química e física), mas podendo ser aplicada em outras matérias.
Por exemplo, além dos cálculos financeiros ensinados em matemática, como taxa de juros e investimento; em história, os alunos aprenderão a relação entre o dinheiro e a sociedade, e o consumo no decorrer dos séculos.
A ideia é relacionar finanças a diferentes matérias do currículo escolar para que os alunos enxerguem o dinheiro como algo além de salário e contas entediantes. Dessa forma, tratar o dinheiro com mais seriedade para investir corretamente e gastar com consciência no futuro.
As escolas têm até o final do ano para implantar o novo currículo. Porém, a diretriz da BNCC diz respeito apenas à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. A base curricular para o Ensino Média ainda será avaliada.
Mas educação financeira como matéria escolar é realmente necessário?
As vantagens da educação financeira ensinada desde a infância serão refletidas a longo prazo, obviamente. Entretanto, farão uma diferença extraordinária para os consumidores, credores e até mesmo para o país.
Com o número de inadimplentes mais baixo, melhores condições de crédito se tornam realidade, criando um círculo virtuoso que proporcionará uma injeção na economia, gerando mais empregos e bem-estar.
No entanto, ressaltamos que a educação financeira das crianças também é responsabilidade dos pais.
Uma prática interessante é a mesada. Entregar uma quantia aos filhos por mês e ensiná-los a administrá-la será muito útil para o futuro deles.
* Texto escrito pelo colaborador Gabriel Maxwell
1 comentário
Bom tema depois volta aulas pós-pandemia.